quarta-feira, 4 de abril de 2007

Quem diria, quem me dera!

Sequer sou capaz de imaginar
De seus lábios o toque,
Se quente, se suave, ardente,
Esses lábios tão seus

São tão livres, independentes,
Recatados, ouriçados, sorridentes,
Tão cheios de pecado nesta carne
Que os preenche

Ah! os teus lábios nos meus!

Quem diria, quem me dera,
Se mais que fantasia,
Os meus lábios e os teus lábios nos meus lábios
Deslumbrarem-me em paixão!

Quem diria, quem me dera
Fosse mais que uma quimera
Os teus lábios nos meus lábios
Quem diria, quem me dera!

Ah! os teus lábios nos meus!

Quem diria, quem me dera,
Que deleite, desvario
Os teus lábios e os meus lábios nos teus lábios
Dentes, almas e paixão!

Quem diria, quem me dera
Que delírio sobre a terra,
Sob a lua, sob a relva, nos teus lábios os meus lábios
Quem diria, quem me dera!

Pablo de Araújo Gomes, 4 de abril de 2007