terça-feira, 1 de outubro de 2013

Preto e Branco

Eu não vejo o mundo em branco e preto

O verde, o azul, ou o amarelo,
O vermelho, o rosa ou o roxo,
Lilás, laranja e outras cores
Também povoam minha visão

Eu não vejo o mundo em preto e branco

O amigo tão leal, e a mulher com que casei
A amiga da escola
E o padrinho que sempre admirei
Pretos, brancos, pardos...
Em que influiu a cor? Em nada.
Verdade seja dita,
Nem sempre reparei

Eu não vejo o mundo em branco e preto

A sexualidade é íntima
A afetividade é pessoal
Não afetam meu carinho
Por quem não quero em matrimônio
Ou levar à minha cama

Eu não vejo o mundo em preto e branco

Nem tudo é óbvio
As coisas em geral não o são
As diferenças existem, não o nego
Mas, nem sempre importam
Algumas diferenças não influem

Eu não vejo o mundo em branco e preto

Diferenças há, e não as nego
Por que têm que resultar em desigualdade?
Se não são importantes, ao menos para mim,
Por que às vezes ressaltar?
Fato é que já se fez a desigualdade
E a união equânime dos diferentes só se dá
Quando, juntos, transformarmos
Todo o desigual em equânime

Porque o mundo não é preto e branco

Mas, sem todas as cores,
Se ao menos uma só faltasse,
Ou se suas variações não existissem,
Que mundo sem graça seria!
Sem a união de todas as cores não há o branco
Sem a luz que o contraste, não há o preto
Sem preto e branco, não há cinza
E sem o preto ou o branco nem mesmo há
Como ver o mundo
Em preto e branco!