terça-feira, 31 de maio de 2011

A Lenda da Amiga Agridoce

Reza a lenda que havia uma garota
Assim-assim, muito calada e sempre tímida
Falava pouco ou quase nada, é o que diziam...
Andava sempre sob a mesma companhia
E sempre parecia ouvir mais que falar
Lembram-se vê-las conversando interessadas
Algum assunto que as fazia motivadas.

Garanto, hoje, que conheço essa garota,
Ainda que pareça, não é ela tão calada.
Recorre sempre a comentários tão mordazes
Com um humor ácido que é capaz de dar inveja.
Impressionante, como ela te cativa
A cada dia com sua doce alegria!

Pablo de Araújo Gomes, 31 de maio de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Quase-soneto para ti

Ah, o teu sorrir
Espontâneo como o fazes
Espontâneo como só tu sabes

Diverte-me tua cara de "não teve graça",
Os comentários que não deixas de fazer
Depois de rir

A tua conversa é tão animada
Até quando te queixas de minha alegria
Tens um ar tão divertido quando és provocada
Que quase preciso provocar-te, só para ver

E teu olhar tão distante mata-me de inveja
Não de ti, mas do além, para onde às vezes tanto olhas
Eu bem queria que me olhasses mais, mas temo
Talvez não me visses como quero agora


Pablo de Araújo Gomes, 25 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Querer Sem Reservas

Quero você
Não quero querer ninguém

Gosto de você
Não quero gostar de ninguém

Mas gosto de querer você
E gosto de gostar de você

Quero você
Quero ter você

Quero querer gostar de você
Quero que você me queira como a quero

Quero que me goste como gosto de gostar-te
Quero que goste de me querer

Quero que me queira querer como quero que me queira
Quero que goste de querer me querer

Quero que goste de gostar de me querer
Quero que goste de querer gostar de mim

Quero querer-te sem reservas,
Diz-me que sim?

Pablo de Araújo Gomes, 23 de maio de 2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Autoconvencimento

Preciso me convencer de que está tudo bem
“Pablo, você está muito bem”
“Que bom, porque não me sinto assim...”
É... acho que não estou colaborando.

Mas quem se pode auto convencer
Da inverdade que conhece bem,
Se a verdade manifesta subjaz em si
E emerge a cada olhar para dentro?

Tentei, em vão, não olhar para mim,
Ignorar-me por completo,
E convencer-me de que está tudo ok

Mas deste esforço vão
Somente uma conclusão tirei
Agora, nem mesmo eu olho para mim.

Pablo de Araújo Gomes, 19/05/2011