quinta-feira, 18 de março de 2010

Em Seu Aconchego

Sei que o dia não é propício
Nem, a hora, apropriada
Mas, adiar este encontro
De bom, não teria nada

Há dias, espero vê-la
Tenho a alma amargurada
Minha vida, uma aquarela
Pelo pranto desbotada

Se não mato essa saudade
Nem resolvo o que é pendente
Não encontro o meu sossego

Espero que a felicidade
Que em meu peito está dormente
Acorde, em seu aconchego

Pablo de Araújo Gomes, 18 de março de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

Divina e Atemporal

Mulher
Pelo toque fino de sua sutileza,
Sua infinita capacidade de fazer
E aprender.
Pela fineza de um gesto,
Pela delicadeza de sua força imensurável,
Por sua graça,
Por seu poder indiscutível
sobre nós, míseros homens,
Por sua beleza, por sua alma.

Mulher
Pelo divino regalo
De poder portar um filho,
Pelo vigor com que suporta a dor,
Pela dádiva do prazer que só ela tem.
Pelo amor incondicional que carrega,
Pelo encanto indiscutível que possui,
Pela vaidade que não abandona,
Por um fascínio sem igual que exerce.

Mulher
Por toda dor que o machismo lhe infligiu,
Pela injustiça a que o patriarcalismo a submeteu,
Pelo que ainda sofrem tantas mulheres no mundo
Pelas mentiras que contra ela se declarou,
E, principalmente, porque, na luta, jamais se abateu;
Pelas vitórias que foram conquistadas,
E por tantas mais que virão,

Parabéns, mulher!
Seu dia é simbólico, uma lembrança,
Uma mera comemoração;
Você transcende qualquer limite,
Você é divina e atemporal!

Pablo de Araújo Gomes, 8 de março de 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

REINÍCIO DE TUDO

O cobre que em voltas emoldura,
Com delongadas mechas,
A beleza juvenil de teu sorriso raro,
Recobre as sardas de teu busto sedutor

O vívido brilho de teus olhos,
Certos e claros em cada olhar,
Acorda um doce sentimento,
Regala os olhos de quem vê

Dar-me-ias o prazer
De emaranhar-me em teu cobre?
Perder-me-ia em teus lábios
E na palidez que circunda
Os teus lascivos olhos distantes
Até poder diluir-me em teu prazer

E, quando não restasse de mim vestígio algum,
Tua magnitude divina explodiria
No orgástico poder absorvente
Do pazer único que implodirá o universo
E daria lugar ao reinício de tudo.

Pablo de Araújo Gomes, março de 2010