terça-feira, 29 de maio de 2007

Desnudar-se da solidão

Encontrar em si mesmo companhia
A companhia de que se precisa
A tão esperada e ideal companhia
Dispensar-se da necessidade de ser amado
Viver só como um lobo solitário

Talvez seja querer demais de um poeta
Esperar que ele possa superar só a solidão

Mas para desnudar-se da solidão
Que mata o homem e alimenta o poeta
É preciso dar de pleno a companhia,
Dar de si total carinho e atenção,
Precisa o poeta dar-se sem mais temer
A um amor que não lhe aumente a solidão

Pablo de Araújo Gomes, 29 de maio de 2007