sábado, 14 de novembro de 2009

Além da Minha Fantasia

Como fosse possível recordar
O teu sorriso branco e animado
Os teus olhos brilhando à luz da lua
Sinto saudades tuas.

Como fosse possível recordar
Os teus braços macios em mim
O calor do teu corpo me aquecendo
Sinto muitas saudades de ti

Como pudesse recordar
Teu beijo doce e molhado
Arrepio-me até a alma

Como recordar pudesse
Fantasio conhecê-la um dia
Além da minha fantasia

Pablo de Araújo Gomes, 14 de novembro de 2009

Desejo, Quero, Anseio, Preciso

Não, não a amo,
Não o amor a que nos acostumamos
sempre ouvir dizer.


Desejo-a muito, e muito a respeito,
Mas desejo o seu beijo
Desejo o seu jeito,
Seu sorriso, sua carícia
Desejo vê-la feliz,
Desejo ser parte de sua felicidade.


Quero-a bem, e muito a quero,
Quero seu corpo,
Quero-a em meus braços,
Quero perder-me em suas pernas
Até não ter certeza de nossas anatomias.


Anseio por saber mais sobre o seu dia,
Ainda que seja uma vez só na vida,
Anseio saber de seus planos para o futuro,
Ansiaria ser parte deles,
mesmo que só de vez em quando!


Pois preciso só marcar a sua vida,
Como fosse um sinal breve e claro,
Uma ponta de luminosidade,
Uma estrela brilhando solitária no firmamento…
Preciso que sua vida, por melhor que seja,
Tenha um momento inesquecível, único
Um ponto em destaque, melhor que os demais,
E este ponto seja minha passagem em sua vida!


Desejo dar-lhe prazer
Quero ter o seu prazer,
Anseio ser do seu prazer a fonte,
Pois preciso ser o seu prazer!

Pablo de Araújo Gomes, 14 de novembro de 2009


sábado, 7 de novembro de 2009

Soneto de um Coração

Meu coração jamais se queda vazio,
Por mais sem nada que eu lhe tente deixar.
A natureza, do vácuo, é inimiga
E a sangria também drena a própria vida.

Tempos houve em que amar foi demasiado
E tempos em que de amarga dor me alimentei.
Do sucesso vindouro, no passado tive ilusões
No fracasso passado me resignei

Quando não amo, me apaixono
Por alguém, por algo, por uma idéia
Se não é um o sentimento, sempre há outro

Posto que, jamais, vazio esteve meu coração,
Quando vazio me pareceu, triste engodo,
Restava-me senti-lo inflar de seu vazio a ilusão

Pablo de Araújo Gomes, 07 de novembro de 2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Nossa Doce Harmonia

Quando os meus dedos escorrerem do teu rosto
Como a água cálida de teu banho
E encontrarem teu busto rubro e ardente
Lembro que sentirei tua mão gelada sentir-me, tépido, pulsante
O teu hálito fresco me sussurrará alguma coisa qualquer
Que serei incapaz de compreender, em meu torpor
Mas juro que sentirei o arfar de teu peito
E o ar quente e ritmado crescentemente dardejado
Tomarás, como teu que é, o que lateja em teu nome
E ensinarás o caminho de teu prazer e meu delírio
Entre fluidos, suores, sabores e o brando roçar
O calor intenso de nossas almas transcenderá
E transbordará, num êxtase eterno e profundo,
A seiva fecunda, pelos segundos inesquecíveis
Que encerram nossa doce harmonia

Pablo de Araújo Gomes, 06 de novembro de 2009

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Canção da Solidão Desiludida

Solidão,
Palavra quase doce de tão amarga
A dor de um cão
Sem glória, sem matilha,
Tão sem graça
Dispensável, sem proveito,
Um homem sem amor,
Uma cidade sem prefeito
Desgovernado coração,
Uma oração sem sujeito
Numa ação tão insuspeita
Um amor, perfeito!

Mas a mocinha morre no final
Só assim o romance será sempre o ideal...

Pablo de Araújo Gomes, 05 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Atitude Necessária

Se você tem
Alguma coisa
Pra dizer
Abra logo
Sua boca
E ponha afora
Tudo aquilo
De ser dito

Se algo aflige
Sua mente
Ou seu espírito
Não tema
Não espere
O inferno
Ou paraíso
Bote fora
O que lhe faz mal

Lutar e reclamar
Daquilo que
Lhe prejudica
Pode até
Salvar-lhe a vida
Ou da morte
Ou do mal viver

Ficar calado
Pode parecer
impune
Mas ao fim
ficar calado
pode parecer
Tortura

A imunidade
Aparente
do silêncio
Fica só
Nas aparências
Tal silêncio
Aprisiona
a alma

Por isso a mente
deve estar
Viva e ativa
E a atitude
Assumida
Tem de ser
De ação

Quem assim vive
Enfrenta muitos
Desafios
Mas sua vida
Tem mais gosto
E saboreia-se
A Vida!


Pablo de Araújo Gomes, 04 de novembro de 2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Despalavra Sensentimental

Como se expressar quando não há palavras?
Sometimes I need to find the correct word
Je suis un homme solitaire
Rodeado de muchas personas.
Falo muito muitas coisas
Ma non parlo ciò che sento
Poetry, meus versos não me calam,
Mas a alma, prisioneira, non habla nada.
Niente, nichts, ich habe nichts zu sagen,
Je suis le Bastille elle-même,
Repleta de calabouços e câmaras de tortura medievais,
Donde palabras y sentimientos son los prisioneros,
Em polvorosa, pronto para ser tomada
Mientras todo el mundo
Watch it, stunned,
E eu, com medo de tudo, saio à francesa...

Pablo de Araújo Gomes, 06 de outubro de 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

A Gota

Esta gota que escorre em minha pele
É a água que resiste ao fim do banho
É o perfume que pra te encontrar usei
É o meu suor frio da expectativa por te ver

Esta gota que escorre em minha pele
É a água da chuva em que nos amamos
É o teu suor com que, em prazer, me banhei,
É a lágrima derradeira, que por te querer chorei


Pablo de Araújo Gomes, 20 de setembro de 2009

domingo, 13 de setembro de 2009

Insegurança

Ferina, agacha-se a fera,
Felina, camufla-se e segue
Fera, escondida, escolhe sua vítima
Entre todas do rebanho que a circunda

Um passo em falso, a fera perde a linha
Enfia o pé num galho seco e se denuncia
Espanta o bando que em desordem se retira
Ferida a honra e o seu corpo, a fera fica

Fera felina, ferina fera, honra ferida
As suas garras e suas presas perdem sentido,
Seu passo manso, suave e lento fica indeciso,
Cambaleante, sem o alimento que lhe é preciso.

Caça após caça, se aprende com seu erro,
A fera come e vive bem a sua vida
Mas se o erro lhe prejudica a auto-confiança,
De fome morre a alma humana, fera perdida.


Pablo de Araújo Gomes, 13 de Setembro de 2009

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ansiedade

tic...

tac...

tic...

tac...

tic...

tac...

...

...

...

Enquanto as mãos se agitam e se procuram,

tic...

O coração bate mais que o pêndulo do relógio,

tac...

Mil coisas passam pela cabeça,

tic...

O tempo segue se recusando a passar

tac...

Nenhuma idéia se prende à mente

tic...

...
...
...

tac...

...
...
...

tic...


Pablo de Araújo Gomes, 02 de Setembro de 2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O Romântico

Pele, carne, calor e paixão

Por que mais viver,
Se teu cheiro suado não mais vou sentir?
Pelo que vivi, todo tempo que passou,
Se teu amor, que um dia experimentei,
Era sonho, e eu acordei?

Dessas memórias que eu trago,
De toda a vida que por ti perdi,
A mais triste é a mais intensa.
Recordo o amor, que, eu pensava, tu me davas,
Naquela noite em que teus olhos, distantes,
O retrato de outro fitava.

Por isso, antes que o tempo
Arranque de meu corpo teu cheiro, teu suor,
Antes que o passar das horas me prive das marcas de tuas unhas,
Que, na derradeira despedida, em minhas costas tu fizeste,
Parto da vida, para sempre, e levo comigo
O último restinho de ti que, chorando,
Com amor me deste, me relegando ao olvido.


Pablo de Araújo Gomes, Agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Poucas Palavras

Palavras
São meio, são fim,
São tijolos, para mim,
Objeto destes versos
E de outros mais, diversos,
Porque, escravo delas feito,
É com elas que desafogo meu peito.


Pablo de Araújo Gomes, 19 de agosto de 2009

Solução

Venho nutrindo impunemente
Um sentimento inominado, inocente,
E por isso tem, forte, crescido,
E vem crescendo rápido e escondido

Hei, sem perceber, levado
À tempestade meu barco a ser naufragado
Pois meu controle do que sinto há sido roubado
E uma febre de delírios me controlado

A solução, pelo que sofro, hoje eu percebo,
É pôr um termo antes que a queda se afigure,
Ou se o sorriso que me dás não é placebo
Ao precipício, comigo, você se atire.

Pablo de Araújo Gomes, 19 de agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Desejo

Desejo

Às vezes, capricho,
Outras, necessidade,
Vez ou outra, pura libido,
Outras vezes, amor incontido

Querer bem, porque o hormônio pede,
Querer mais, a pedido do coração
Desejo existe, todo o corpo pede
E todo corpo, cedo ou tarde, quer também

Mas, se não é recíproco, o desejo não perece
Parece que o Desejo só liberta quem o sacia,
Parece-me que o Desejo é algo que não se sacia
Das amarras do Desejo não se pode libertar
A liberdade está em viver o Desejo, saboreá-l'O intensamente.


Pablo de Araújo Gomes, Agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

Animal

Se cachorro me chamares,
Por que eu não hei de ser?
Em verdade, eu te digo
Que só sou quando convém:
Sou fiel e atencioso,
Tenho faro e sei ouvir,
Meu amor é genuíno
Meu sexo... detalhes não convém...

Mas não sou sempre cachorro,
Um felino eu posso ser,
Ser discreto, carinhoso,
E surpresas lhe fazer
Sei também ser um coelho,
(sem declarações a respeito)
Ter, do rato, agilidade,
Mas, entre outros animais,
Minha especialidade,
O mais importante,
O que sou, fui e serei,
24 horas ao dia,
Sei é ser um Homem de verdade,
Qualidade rara por aí...

Pablo de Araújo Gomes, agosto de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Forever by my side

I love to love you
Do never leave me
Please let me never leave my place inside your heart

I'd never hurt you
Please don't you leave me
This way you do you'll make who loves you always cry

I wonder hope to
You someday please me
And so decide do never more to say goodbye

You're really beautiful
I hope you love me
And at least choice to be forever by my side

Pablo de Araújo Gomes, 25 de junho de 2009

sábado, 20 de junho de 2009

Sexo

A fervura dos sangues
O contrair ritmado das carnes
Êxtase.
O enlace das pernas toma um corpo
Guia a viril pulsação para dentro de si

A mistura dos suores
O movimento frenético
Superação.
Entre beijos, carícias, unhadas e mordidas
Pujantes corpos jovens jamais cedem à exaustão

Os olhares cruzados
Corpos rijos, pêlos eriçados
Paixão.
Por instantes, nada mais existe
Por um momento, são apenas os dois

Reticentes, corpos deleitam-se
No prazer de bem satisfazer
O seu mais doce instinto


Pablo de Araújo Gomes, 20 de junho de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Tudo Acabou

Podes descansar,
Não há ninguém olhando.
Pois eu creio ser teatro esse teu joguinho malandro.
Não hás de conseguir nada
Com esta sedução falsa e barata.
Tua volúpia atiça-me o corpo, mas me enoja a alma.

Desaparece de minha frente
Com teu perfume francês!
Desfaça já em minha alma tudo aquilo que você fez.
Você já não inspira em mim meu ódio ou meu amor,
Nem mesmo suas afrontas alimentam mais rancor,
Você já é passado, aceite,
Tudo acabou!

Pablo de Araújo Gomes, 19 de junho de 2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Proibido

É proibido amar!
É proibido andar!

Respirar, comer, correr,
Olhar, sentir e ver,
Cheirar, nem se fala:
É tudo proibido!

Está terminantemente proibido
Tocar, recostar-se e se acomodar,
Ouvir, também não é permitido.
Está tudo proibido!

Está proibido escrever versos sem propósito,
Tais como estes que você lê,
E usar os mapas da biblioteca,
Ou os da internet,
E os livros que não caíram em domínio público.
Proibido!

Está proibido oferecer serviços gratuitos,
Está proibido oferecer serviços pagos,
Está proibido oferecer serviços,
Está proibido oferecer-se em viço,
E se você espera que eu diga que Está proibido,
Eu digo
Digo que está proibidaço, meu amigo!

E proibir-se ou permitir-se,
Está também proibido

O que você está pensando
É realmente proibido!

Afinal de contas,
Quer saber o que não é proibido?

Não posso dizer,
Estou proibido!

Pablo de Araújo Gomes, 11 de junho de 2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

Definir Eline

Talvez uma mulher sempre menina,
Talvez uma menina cada vez mais mulher;
De uma doçura raramente vista,
Mas alguém decidida, que sabe o que quer

Eline te dá o ombro, te bota pra cima,
É aquela amiga pra toda hora,
Perto de Eline, ninguém desanima
Esquece até de si, se um amigo chora

Lembro-me, Eline, de quando a conheci,
E de cada momento que contigo vivi,
De gestos inesperados que muitas vezes fizeste
De tantas vezes que alegraste meu espírito agreste

Nunca penses que estás só, Eline,
Ninguém como ti jamais ficaria!
Amigos às vezes parecem distantes,
Mas muitos pensam em ti todo dia!


Pablo de Araújo Gomes, 2 de junho de 2009

sábado, 23 de maio de 2009

Inconfesso Desejo

Quanto mais ando na linha,
O proibido mais me espreita,
Não importam meus esforços.
O risco da desobediência estreita os laços
Quando a vigilância desata o nó,
A contravenção apressa os passos
Quando penso só em nós.

E de olhos fechados, num devaneio íntimo,
Sem que ninguém veja, eu realizo
O amor que jamais seria permitido,
O encontro de carnes dominado pela libido,
Saborear esta paixão que não faz sentido
Como só nos sonhos se faz possível

Pablo de Araújo Gomes, 23 de maio de 2009