terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Abismos

Se cresce a distância entre nós dois,
Abismo abre-se em meu peito
Urge mais, a cada metro, a necessidade
Dos olhos cansados de procurar
A felicidade de um olhar,
Das carnes ansiosas por um encontro,
E o coração, mais carente a cada dia,
Sente o desejo de se acalentar

Desejos alimentam a imaginação,
Emoções inesperadas atacam o coração

Vão que se abre sob os meus pés,
O silêncio de não ouvir os teus olhos eloqüentes
Cede espaço para uma queda que não parece ter fim...
Ê, saudades que não acabam mais!

Pablo de Araújo Gomes, 25 de janeiro de 2010

sábado, 23 de janeiro de 2010

Roçar

Roçar os lábios teus
Nos meus
Teus doces leves lábios
Desejo intensamente
Roçar as peles nossas
Minha e tua
Peles nuas
Suadas lindas ardendo em prazer
Espero loucamente
Roçar as nossas línguas
Em beijos desvairados
Tresloucadamente insanos
Relembro incansavelmente
Roçar as nossas almas
Aguadando que do atrito
Cresça nelas tão grande tesão
Quanto sentem nossos corpos
Roçar
A paixão é a libido
Que transcende a carne

Pablo de Araújo Gomes, 23 de janeiro de 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A Caneta e o Poeta

A caneta vida própria ganha
E escreve apenas o que quer escrever.
Quando o poeta a empunha,
Marca o papel com sua marca
- dele e da caneta -
E, de sua dupla personalidade
Deixa o rastro o poeta
Deixa o risco a caneta.

Transformam a palavra vazia
Em algo repleto de sentido,
E o signo abstrato começa a comunicar
Quando a caneta dá-lhe forma
E o sentimento do poeta a faz palpável.
Este casamento entre caneta e poeta
Invade, ao avesso, e reconstrói das ruínas
Todo o reino dos sentidos.

Pablo de Araújo Gomes, 13 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Homenagem

Este poema é para ti,
Que nunca me abandonaste
Para ti, que me acompanhas sempre,
Desde o primeiríssimo dia
Fatídico dia em que te conheci

Contigo, aprendi a importância do afeto,
Contigo, descobri a força de um abraço,
Pinto, então, teu mais fiel retrato
Que minhas palavras sejam eterna homenagem!

Por ti, amadureci, chorei, sofri,
Por ti, superei a timidez, venci,
Ao teu lado, comecei e pus fim
A relacionamentos amorosos.
Contigo, aprendi o valor de uma mãe,
Contigo, aprendi o valor de um pai,
Contigo, descobri o valor de um conselho
E até aprendi a ser só, de vez em quando.

Aliás, tu me ensinaste o prazer solitário,
E me mostraste como é bom dar prazer

Então, para ti erijo esta escultura
Que minhas palavras sejam eterna homenagem!

Escrevo pra ti, e escrevo até pouco,
Mereces mais, sem dúvida,
Tu, minha eterna companheira
Que jamais, jamais me abandonaste,
Nos melhores e nos piores momentos,
A ti, minha Eterna Carência Afetiva,
Rendo, em homenagem, agradecimentos,
E, com a arte que me ajudaste a aprender,
Te ofereço os meus Vivas!

Pablo de Araújo Gomes, 08 de janeiro de 2010

Criogenia

Foi congelado um amor
Que jazia, coitado, enfermo;
Mas não foi feito em laboratório,
Cultivado, cuidado o amor guardado.
Congelou o amor na sarjeta,
Na Sibéria de um coração ferido;
Congelou pelo frio, o amor,
Que ao coração o próprio amor havia submetido
E tudo relacionado a ele foi guardado
Tudo relacionado a ele foi esquecido.

Mas, muito tempo depois,
O coração ao sol quereria se abrir
E em tempo certo, quem diria,
Acorda o amor, animado, vivaz,
Ressurge a esperança, na surpresa,
O amor promete, ele tem certeza
De que volta para sempre,
De que as coisas vão esquentar.

Mas a saúde do pobre amor
Já não ia bem das pernas;
Mesmo em condições favoráveis
Assim, mesmo, com tanta expectativa,
O amor já não é o mesmo
Talvez já nem seja amor
Talvez, uma amizade não assumida,
Com certeza, uma promessa não cumprida.

O amor, que veio vivo e forte,
Mostrou-se intenso como uma chama,
Que tudo queima, e nada resta,
Reaqueceu o coração, outrora congelado,
Mas tão forte e intenso, ao eliminar o vazio do gelo
Deixou tão-somente um coração vazio,
coberto de cinzas, carente de em lágrimas ser lavado...

Pablo de Araújo Gomes, 8 de janeiro de 2010

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Um Novo Ano Novo Para Vocês!!

Salve o dia!
Salve o ano!
Salve o que puder,
Porque lá vêm os temporais!

Piadas de mal gosto à parte,
Após o pior da pior crise,
Promessas há de recuperação.
Esperança e Otimismo
Se são estas as palavras que iniciam o ano,
Que bom! Que bom!
Que nossas expectativas sejam atendidas!

UM NOVO ANO NOVO PARA VOCÊS!!!

Pablo de Araújo Gomes, 12 de janeiro de 2010