sexta-feira, 19 de junho de 2009

Tudo Acabou

Podes descansar,
Não há ninguém olhando.
Pois eu creio ser teatro esse teu joguinho malandro.
Não hás de conseguir nada
Com esta sedução falsa e barata.
Tua volúpia atiça-me o corpo, mas me enoja a alma.

Desaparece de minha frente
Com teu perfume francês!
Desfaça já em minha alma tudo aquilo que você fez.
Você já não inspira em mim meu ódio ou meu amor,
Nem mesmo suas afrontas alimentam mais rancor,
Você já é passado, aceite,
Tudo acabou!

Pablo de Araújo Gomes, 19 de junho de 2009

Um comentário:

  1. Perceber o outro é realmente uma arte. O artista protagoniza as cenas de sua percepção.
    Porém ser o artista que repara o desprezo alheio, a frieza que se instala no fim da chama é, de longe, o pior papel que se pode receber.
    Quando a alma do homem se ausenta do seu corpo, mesmo que este responda aos estímulos, trata-se de um zumbi...sem vida.
    Não creio que a criatura a quem se dirigem os versos tenha sido artista...
    Mas admito que o artista em mim sentiu toda a cena...e recusa-se a receber esse papel...de novo.

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Pablo de Araújo Gomes